História da Camisola poveira

Leia e entenda a o resgate da cultura

Mais do que um casaco Camisola poveira

Tradição e bom gosto.

 

Acompanhe todo o estudo realizado por mim, visando o resgaste da nossa cultura.

Meu nome é Maria da Luz, tenho trabalhado a mais de 15 anos no resgate da cultura da Camisola Poveira. Venha conhecer minha trajetória.

Adquirir uma peça do Atelier Poveiro é ter a certeza que guarda consigo séculos de cultura. Para desmistificar a origem da Camisola Tradicional Poveira, é necessário conhecer a origem deste povoado.
Habitou nesta região o povos Indígenas, Fenícios, Moabitas, Hebraicos, Vertões, Galaicos, Vikings, e civilização Romana que deixaram como herança arquitetura, artesanato único, e a escrita Rúnica.

A Camisola Tradicional Poveira e uma peça de vestuário criada pelos indígenas como demonstras o pormenor dos punhos, cinto, gola, acabamento da manga, e os ombros, todo feito em zig-zag com suas linha a direito sem corte de cava de manga nem decote de gola, com abertura em linha reta até o peito.  https://www.google.com/?search alfabeto viking https://www.historiadomundo.com.br/romana/civilizacao-romana.htm

As linhas em zig-zag na simbologia indígenas representa as ondas do mar, já a cor vermelha representa o fogo da vida, e o preto representa a noite. Uma simbologia que também utilizavam nas cerâmicas e nas pinturas corporais. Os Indígenas no nosso país, devido as condições climatéricas tinham que se proteger do frio, embora não haja imagens da época não é difícil perceber que era um povo que se dedicava a agricultura e a pesca, devido a localização geográfica onde estavam inseridos.

https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2245/48/ulfl078290_tm.pdf “da pagina 41 a 73”

Os povos seguintes preservaram essa tradição por ser uma peça que lhes mantinha o corpo quente mesmo que molhadas pela tempestade do mar. Mas para este povo piscatório já não fazia sentido os desenhos Indígenas, ao qual os pescadores passaram a marcar a sua camisola de trabalho, só com a sua sigla de família como em todos os outros pertences. Com o passar dos anos esta escrita rúnica foi adotada pela classe piscatória como marcas de família, criaram uma tabela muito engenhosa que era passada de geração em geração.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Siglas_poveiras#As_siglas_e_a_sua_origem
Só conhecida dentro desta colmeia piscatória, que desta forma marcavam todos os seus pertences.

O que demonstra a hierarquia de um povo com uma tradição vinda dos tempos pré- históricos, que se habituou a marcar todos os seus pertences para se afirmar na população e defender o seu património. Por sua vez as mulheres desta região,nunca deixaram de tricotar a camisola com as regras dos antigos Indígenas, faziam a camisola com lã mais tosca para o trabalho, e fiavam uma lã com mais cuidado para as camisolas festivas, estas bordadas com coroas reais sigla de família e motivos marítimos. Esta tradição entre outras, como os tapetes de Beiriz foi uma cultura que ficou para além dos tempos.

António Santos Graça um poveiro filho de pescadores que envergou no mundo da escrita, política, cultura, e desenvolvimento desta cidade, deixou-nos um legado de algum livros, onde descreve com toda a clareza quem foi esta colmeia de pescadores de outros tempos e o significado das siglas poveiras, um de seus livros é O Poveiro  que que para muitos considerado a bíblia da Póvoa.

António Santos Graça enquanto passeava pela avenida dos banhos, repara num rapaz com uma bonita camisola e lhe pergunta. -Rapaz quem fez essa camisola?  Ele muito admirado responde foi a minha mãe! A tua mãe! quem é a tua mãe? pois a camisola para além de estar muito bonita, transportou António Graça para o seu tempo de infância, quando via os homens de respeito com suas camisolas coloridas. Que haviam deixado de fazer parte das vestes deste povo após o trágico naufrágio de 27 de fevereiro em 1892, teria Santos Graça a essa altura 10 anos de idade. Ele sem hesitar decide, está vai fazer parte do traje do rancho, em memoria a todos os que partiram.

Santos Graça pergunta ao rapaz onde mora a tua mãe? ao que ele muito intrigado responde fiz alguma coisa de errado?  Santos graça rui-se e disse não meu menino deste-me uma brilhante ideia, o rapaz acompanhou Santos Graça até casa de sua mãe D. Alexandrina Pinheiro, e disse mãe está aqui este senhor para falar consigo! no qual Santos Graça propôs a D. alexandrina que fizesse as camisolas para o rancho poveiro.

A partir dessa data foi criada a camisola poveira com um fio mais leve para fazer parte do traje do rancho Folclórico Poveiro que foi fundado em 24 de junho de 1936, pelo mesmo etnógrafo poveiro António dos Santos Graça. A essa altura a camisola cria uma grade e polémica e Santos graça teve que provar a veridicidade da mesma, desta forma ganha o nome de Camisola Poveira parte integral do traje Folclórico. que é registada pelo município em 17-05-2005 como marca Nacional nº 390765 tipo de sinal verbal normal.

Em paralelo as mulheres da época continuaram a tricotar as camisolas de agasalho em lã de ovelha para proteger os seus familiares do frio na faina, “pesca” em cor cru apenas com a sigla de família, desta forma quando havia naufrágios, os corpos dos pescadores davam a costa, muitos deles já desfigurados pelo mar e embaterem contra as rochas, as marcas de família bordadas na camisola ajudava na sua identificação.
Posteriormente, as mulheres aperfeiçoaram as camisolas, sendo estas usadas em festas e romarias pelos pescadores mais abastados. Todo este trabalho era feito pelas mulheres em grupo, sentadas à beira-mar, enquanto esperavam pelos seus maridos que navegavam na faina(pesca), ou sentadas à porta de suas casas.

Fernando de Ravina

Pescador

Como contava um antigo pescador O sr Fernando de Ravina, o ultimo homem de respeito, da antiga colmeia piscatória. Amigo pessoal de meu pai que frequentava a nossa casa por ser criador de canários, hobby que os dois amigos compartilharão, Sr Fernando era um homem com muita cultura, pouco letrado, mas era uma enciclopédia ambulante muito respeitado na sociedade em que estava inserido e passou também muito do seu saber referente ao uso da tradicional camisola para as novas gerações. “Passo a citar noticia de jornal”, “Morreu Fernando Matias Marques, o pescador mais velho das Caxinas, Vila do Conde, que contava 102 anos de vida e era uma figura emblemática e muito querida daquela comunidade piscatória.Também conhecido por Fernando da Rebina, era o último dos bacalhoeiros vivos nas Caxinas.”

Póvoa de Varzim uma cidade de veraneantes

Sendo a Póvoa de Varzim uma cidade de veraneantes, vinham a banhos para esta praia por ter bastante iôdo, tornando-se uma cidade turistica. Estes turistas, encantaram-se com o trabalho das camisolas, e desta forma, eram vendidas aos estrangeiros, o que ajudou muito no sustento das famílias poveiras a qual eu Posteriormente, as mulheres aperfeiçoaram as camisolas, sendo estas usadas em festas e romarias pelos pescadores mais abastados.


Todo este trabalho era feito pelas mulheres em grupo, sentadas à beira-mar, enquanto esperavam pelos seus maridos que navegavam na faina(pesca), ou sentadas à porta de suas casas, que também eu fiz parte. Na década se sessenta, alguns comerciantes da cidade viram na camisola poveira uma oportunidade de negócio.

Estas passaram a estar expostas nas vitrinas das lojas comerciais, vendiam-nas em maior quantidade, até que, os próprios comerciantes começaram a exportá-las para países nórdicos e viram aí, uma necessidade de maior produção. Adquiriram máquinas de tricotar e deram formação a mulheres, para as confecionar e bordavam-nas também à mão. Este negócio, manteve -se até aos anos oitenta.

Sendo a Póvoa de Varzim uma cidade de veraneantes, vinham a banhos para esta praia por ter bastante iôdo, tornando-se uma cidade turistica. Estes turistas, encantaram-se com o trabalho das camisolas, e desta forma, eram vendidas aos estrangeiros, o que ajudou muito no sustento das famílias poveiras a qual eu Posteriormente, as mulheres aperfeiçoaram as camisolas, sendo estas usadas em festas e romarias pelos pescadores mais abastados.

Logo após os anos oitenta, as camisolas deixaram de ter o mesmo interesse, pois já não tinham a característica artesanal, e durante alguns anos desapareceram do mercado, sendo só vistas em feiras de artesanato como mostra de tradição, e também uma minuria de senhoras reformadas que as faziam para as expor no museu. Vendo eu, que havia uma lacuna no artesanato poveiro, já que os turistas que visitavam a nossa cidade não encontravam com facilidade artesanato típico que representasse a cidade, eu resolvi em 2009 recuperar a arte da camisola, pois esta representa um icône da nossa cultura. Em 29-08-2015 faço o registo da marca nacional nº552426 Casacos Poveiros -Camisola Tradicional Poveira tipo de sinal misto sendo este trabalho feito manualmente em lã groça.

Sendo eu, uma empresária na indústria de vestuário de peles nessa altura, resolvi aliar a nossa Camisola Tradicional Poveira com a pele, o que origina, um produto de excelência para um nicho de mercado mais exigente. Para minha surpresa, a população dos arredores da Póvoa pedia-me a Tradicional Camisola Poveira, tal como a conheciam nos anos sessenta, o que me deu muito prazer começar a produzi-la manualmente.
Para o efeito, tive que reunir algumas senhoras, que eu já conhecia para fazer o tricôt manualmente. Recuperei os desenhos junto da população mais antiga, entre Póvoa de Varzim e Vila do Conde, mais propriamente nas Caxinas, freguesia da classe piscatória, e desta forma executar o tricôt manualmente, com toda a essência dos nossos antepassados; fazendo todo o planeamento para os devidos tamanhos e esquemas dos bordados, para ter no final, um produto com as regras e a qualidade, que o nosso cliente está habituado. Até que em 2021 os designer da estilista norte-americana Tory Burch Viram o potencial da camisola e resolveram fazer a copia, como tem vindo a fazer de muitos outro produto igualmente da nossa cultura portuguesa.
Mas a verdade, é que com o erro dela a camisola tradicional poveira registada por mim em 2015, ganhou uma visibilidade que nunca tenha ganho em toda a sua existência.
Nos dias de hoje, esta é a imagem da camisola tradicional poveira, vestida para uso do quotidiano e não como mostra de artesanato centenário
15-05-2021

Envio

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Qualidade

Todo trabalho realizado a mão, sem máquina.

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